terça-feira, 4 de junho de 2013

A difícil arte de não rotular os alimentos entre “bons” e “maus”

       
Vocês já perceberam que existe uma necessidade generalizada de dar rótulo a tudo! Como se só houvesse dois extremos: o bom ou o ruim, o branco ou o preto, o tudo ou o nada. E com a alimentação isto não é diferente, o que mais ouço no consultório é: Isso pode? Este alimento é bom ou é ruim? Qual o vilão da dieta? O que não devo comer?
Para classificarmos uma alimentação como saudável e equilibrada, devemos observar a dieta como um todo, sendo esta uma combinação de alimentos e bebidas que fornecem energia e nutrientes e que constituem a ingestão média de um indivíduo.  Por isso é importante conhecermos mais que um dia alimentar, pois variações ocorrem decorrentes de dia da semana, estado psicológico, mudança na rotina, entre outros fatores.
Portanto não é correto classificarmos de forma simplista os alimentos como sendo “bons alimentos” ou “maus alimentos”, tudo depende do contexto alimentar que aquele alimento está inserido. Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos em 2011 observou que 82% dos entrevistados desejavam deixar de consumir alimentos que gostavam por considera-los “maus alimentos”. Não se deve excluir da dieta os alimentos que gostamos, pois muito já se sabe que a alimentação está intimamente ligada ao prazer e ao bem estar físico e mental. Os alimentos têm significados sociais, culturais, econômicos e emocionais, logo se deve permitir a flexibilidade sempre que possível. Também a dicotimização dos alimentos, pode provocar sentimentos negativos, como culpa, ansiedade e medo ao consumir os alimentos rotulados como “maus”.
No entanto, para uma alimentação saudável deve-se incorporar o princípio da variedade, moderação e da proporcionalidade, o que inclui o consumo de todos os grupos alimentares.
Dra Erika Toassa
CRN 21272


Fonte: Academy of Nutrition and Dietetics, 2013