Vocês já perceberam que
existe uma necessidade generalizada de dar rótulo a tudo! Como se só houvesse
dois extremos: o bom ou o ruim, o branco ou o preto, o tudo ou o nada. E com a
alimentação isto não é diferente, o que mais ouço no consultório é: Isso pode? Este
alimento é bom ou é ruim? Qual o vilão da dieta? O que não devo comer?
Para classificarmos uma alimentação
como saudável e equilibrada, devemos observar a dieta como um todo, sendo esta
uma combinação de alimentos e bebidas que fornecem energia e nutrientes e que
constituem a ingestão média de um indivíduo. Por isso é importante conhecermos mais que um
dia alimentar, pois variações ocorrem decorrentes de dia da semana, estado
psicológico, mudança na rotina, entre outros fatores.
Portanto não é correto
classificarmos de forma simplista os alimentos como sendo “bons alimentos” ou “maus
alimentos”, tudo depende do contexto alimentar que aquele alimento está
inserido. Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos em 2011 observou que 82%
dos entrevistados desejavam deixar de consumir alimentos que gostavam por considera-los
“maus alimentos”. Não se deve excluir da dieta os alimentos que gostamos, pois
muito já se sabe que a alimentação está intimamente ligada ao prazer e ao bem
estar físico e mental. Os alimentos têm significados sociais, culturais,
econômicos e emocionais, logo se deve permitir a flexibilidade sempre que
possível. Também a dicotimização dos alimentos, pode provocar sentimentos
negativos, como culpa, ansiedade e medo ao consumir os alimentos rotulados como
“maus”.
No entanto, para uma alimentação
saudável deve-se incorporar o princípio da variedade, moderação e da
proporcionalidade, o que inclui o consumo de todos os grupos alimentares.
Dra Erika Toassa
CRN 21272
Fonte: Academy of Nutrition and Dietetics, 2013